sexta-feira, 30 de abril de 2010

Criacionismo

Criacionismo: Teoria que explica a origem dos seres vivos por criação. Ela é contrária a chamada evolução espontânea (evolucionismo).

Criação: é o nome que se dá à formação do universo e dos seres vivos. A necessidade de buscar explicações para sua própria origem levou ao surgimento de teorias que deram origem a algumas religiões.

Num segundo momento, de racionalização do pensamento criacionista, formularam-se conceitos e propostas de sentido mais filosófico do que religioso. Nesse plano, as respostas podem reduzir-se a três possibilidades: a auto-suficiência da matéria eterna, a emanação a partir da substância divina, e a criação.

O Gênesis: O primeiro livro do Antigo Testamento, descreve a origem do mundo e do homem com linguagem e imagens semelhantes às dos relatos mesopotâmicos. O primeiro capítulo diz: "No princípio, Deus criou o céu e a terra. Ora, a terra estava vazia e vaga, as trevas cobriam o abismo, um vento de Deus pairava sobre as águas. Deus disse: 'Haja luz' e houve luz. Deus viu que a luz era boa, e Deus separou a luz e as trevas. Deus chamou à luz 'dia' e às trevas 'noite'. Houve uma tarde e uma manhã: primeiro dia. (...) Deus disse: 'Fervilhem as águas um fervilhar de seres vivos e que as aves voem acima da terra, diante do firmamento do céu' e assim se fez. (...) Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus ele o criou, homem e mulher ele os criou."

Os mitos: são soluções imaginativas que alguns povos elaboram para justificar sua existência, sua história e os fenômenos da natureza. Algumas explicações, no entanto, encontram ressonância em homens das mais diversas culturas.

No Brasil, a cosmogonia dos índios se reporta a um criador do céu, da Terra e dos animais (o Monã dos tupinambás) e a um criador do mar, Amã Atupane, talvez Tupã, entidade mítica que os jesuítas consideraram a expressão mais adequada da idéia de Deus surgida nos domínios da catequese.
Os estudiosos do século XIX pensavam que o tema da criação por um ser supremo era inerente a um estágio cultural avançado. Pesquisas posteriores, no entanto, observaram essa crença entre povos primitivos da África, ilhas do norte do Japão, América, Austrália central e em muitas outras partes do mundo.

A natureza desse ser supremo, que freqüentemente é acompanhado de algum outro, hierarquicamente inferior, difere de cultura para cultura. A criação se realiza mediante seu pensamento, sua palavra - como na Bíblia e no Popol Vuh - e, às vezes, com certo sentido de emanação. Todos esses relatos, porém, possuem algumas características comuns.

Pensamento filosófico e religioso: O judaísmo enfatiza em seu dogma a afirmação de que Deus criou o mundo, o que constitui um princípio de fé e uma base ética da religião judaica. Fílon defendia a idéia bíblica da criação a partir do nada, enquanto os rabinos do Talmude defendiam idéias gnósticas sobre a criação.

Os reformadores protestantes, desde os primórdios da Reforma, procuraram chamar a atenção não para a criação, mas para um Criador, cujo ser não se identifica com nenhuma das coisas criadas e se acha acima do mundo, independente dele. Não se trata, portanto, de saber se Deus criou do nada, mas de afirmar pela fé a existência do Criador.

Um dos grandes problemas suscitados pelo conceito de criação é o da existência do mal num mundo criado por Deus. Os mitos já se propunham a questão e, para explicá-la, lançavam mão do dualismo e do antagonismo. O pensamento cristão entende o mal como privação do bem, como limitação do ser finito.

Os filósofos e os teólogos ficaram com a responsabilidade de tentar explicar outras questões, tais como a liberdade de Deus no ato da criação, sua contínua ação preservadora, que, entretanto, não invalida a ação humana, e o objetivo de Deus ao criar. Pode-se dizer, portanto, que o conceito de criação, como uma das possíveis explicações da origem do mundo, constitui um ponto central de referência na história do pensamento.

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